sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Eu sou o palhaço (2)


Este não é um texto recente, ja publiquei aqui, mas é muito atual. Achei-o apropriado para este dia.

O seu início resume a essência da poesia "O TÉDIO", obra de um dos maiores poetas clássicos alemães - Henrich Heine - e é especial. Gostei do que a grande Claudete Grazziotin escreveu, veja so: Esta poesia chega num momento importante, resumida, mas presente como um sinal lembrando da nossa essência, das coisas que realmente contam, têm valor, para que não nos esqueçamos jamais de que matéria são feitos os sonhos e que vale a pena lutar por eles e tentar até a última gota de sangue torná-los reais.

Sonhar com o triunfo DO AMOR, DA VERDADE E DA JUSTIÇA: este milagre que eu desejo e quero ver acontecendo pelo único e verdadeiro poder.

EU SOU O PALHAÇO

Diz uma história que numa cidade apareceu um circo e que entre seus artistas havia um palhaço com o poder de divertir, sem medida, todas as pessoas da platéia e o riso era tão bom, tão profundo e natural que se tornou terapêutico. Todos os que padeciam de tristezas agudas ou crônicas eram indicados, pelo médico do lugar, para que assistissem ao tal artista que possuía o dom de eliminar angústia.

Um dia, porém, um morador desconhecido tomado de profunda depressão procurou o doutor. O médico então, sem relutar, indicou o circo como o lugar de cura de todos os males daquela natureza, de abrandamento de todas as dores da alma, de iluminação de todos os cantos escuros do nosso jeito perdido de ser. O homem nada disse, levantou-se, caminhou em direção à porta e quando já estava saindo, virou-se, olhou o médico nos olhos e sentenciou: "Não posso procurar o circo... aí está o meu problema: eu sou o palhaço".

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