quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Desabafo de um professor do Rio de Janeiro


Desabafo de um professor do Rio de Janeiro sobre a sua profissão, confira!!!

Vejamos: 1 - Você diz que pretende "investir na qualificação de professores, que poderão ganhar computadores portáteis".

Eu agradeço muito o computador, porque estou precisando, pois o meu pifou. Mas isso, sinceramente, não creio que seja investir na qualificação do professor. Já tive a oportunidade de escrever sobre isso por aqui, quando da mesma compra pelo Estado. Tenho um amigo que ficará com 5 computadores portáteis em casa e não sabe o que fazer com tantos. Ele e a esposa são professores, ambos do Estado e da prefeitura do Rio. Já tinham um, ambos ganharam do Estado e ambos ganharão da prefeitura.

Professores, cara futura secretária, querem salário decente. Com ele podem comprar seus próprios computadores. E muitos já o fizeram, pois o preço baixou bastante. Eu mesmo ia comprar um - como eu disse, o meu pifou - mas não vou. Estou esperando ganhar. Mas preferia um bom aumento de salário para comprar o que eu próprio escolhesse e ainda aumentar minha renda.


2 - Você faz uma pergunta: "Por que uma cidade que tem tantos mestres e doutores de qualidade não consegue fazer um Ideb compatível com os de países desenvolvidos?".

O Demétrio Weber já respondeu, mas eu insisto em te responder esta pergunta também. E o principal motivo é simples: porque mesmo sendo mestres ou doutores de qualidade, temos que trabalhar em dois, três, quatro ou mesmo em cinco lugares diferentes para poder somar renda e ter um salário "compatível com os de países desenvolvidos"!!! Sem contar as condições em que trabalhamos, secretária, que nem de longe é "compatível com os de países desenvolvidos". A pergunta deveria ser ao contrário: "por que não tratamos como os países desenvolvidos os nossos tantos mestres e doutores de qualidade?".


3 - Por fim, sua maior pérola, a frase "Quando um aluno é reprovado, é sinal que o professor falhou".

Fico muito, muito, muito apreensivo que uma pessoa que tenha este pensamento venha a coordenar a maior rede municipal da América Latina. Para facilitar o entendimento da minha lógica - que pode ser muito profunda para quem nunca entrou numa sala de aula do ensino fundamental de uma escola encravada numa favela - farei um paralelo com o médico. Imaginemos uma pessoa que desde que nasceu não tem cuidados médicos, não se cuida, não faz exercícios, não se alimenta direito, bebe, fuma, é sedentário, estressado etc. Essa pessoa passa mal e vai ao médico. O médico receita remédios e faz uma série de recomendações dizendo que, se não as seguir, ele pode morrer. O doutor marca uma nova consulta para daqui a alguns meses, para verificar o seu progresso. A pessoa não fez nada do que o médico receitou e ainda faltou à consulta. Passa mal de novo e vai ao médico. O doutor dá uma bronca, faz as mesmas recomendações, passa as receitas novamente, marca uma nova consulta. O paciente, mais uma vez não faz o que o médico manda e morre. O médico falhou? Pela sua lógica, "quando um paciente morre, é sinal que o médico falhou". Ou será que neste caso a senhora achará que o culpado é o paciente, já que o médico fez o possível para salvá-lo. Será que o professor também não o faz?

Mas vamos examinar o nosso caso, por partes e desde o início.

a) quando a criança foi concebida, quem falhou foram os pais, que souberam gozar, mas não evitar a gravidez;

b) quando a moça estava grávida falharam ela, o pai, a família e o Estado, que não deram a ela e ao feto um pré-natal decente - ou mesmo um pré-natal;

c) quando ele nasceu e era um bebê cheio de necessidades falharam os pais que colocaram no mundo uma criança sem ter condições mínimas de criá-lo e falhou o Estado em não dar a ele o que necessitava para seu pleno desenvolvimento;

d) quando ele era uma criança falhou o Estado mais uma vez por não oferecer a ele a pré-escola, tão importante no desenvolvimento intelectual e psicomotor nesta idade. Não obstante,este ser um direito garantido pela Constituição Federal: Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;

e) nesta mesma idade e até tornar-se o adolescente ao qual a senhora se refere - aluno do fundamental - falham o Estado, as polícias, os bandidos, os filhinhos de papai, os atores da Globo, os artistas e todos aqueles que usam drogas, ao condená-lo a viver em um local extremamente violento, com disputas entre facções rivais, com invasões desumanas de policiais em suas casas e um cotidiano de estatísticas piores que de guerras;

f) quanto à sua moradia, falham os políticos filhos da puta, o Estado, o empresários, os> especuladores, por fazê-lo viver em submoradia, sem o mínimo de conforto, sem espaço para ele, com uma densidade demográfica japonesa dentro de sua casa;

g) falham os publicitários que mentem para que ele não seja ninguém se não tiver o que ele não pode ter;

h) falham as emissoras de televisão ao entrarem diariamente em contato> com ele com imbecilidades que não ajudam em nada seu intelecto;

i) falham os empresários de ônibus que o restringe de andar pela cidade por conta do preço da passagem e do péssimo serviço que oferecem;

j) falham os locais culturais que são inacessíveis a ele (inacessíveis financeiramente ou mesmo culturalmente);

k) falha a sociedade como um todo que o quer longe;

l) falha a estrutura da escola que só o tem em um pequeno período do dia, deixando-o nas ruas no resto das 24h;

m) falha o Corpo de Bombeiros que carrega bandidos carnavalescos desfilando em carro aberto pela cidade, ao mostrar que quem tem valor é quem tem dinheiro, não importa de onde vem;

n) falham os jornais de grande circulação que estampam nas primeiras páginas, praticamente todos os dias, as fotos e colunas de fofocas de traficantes e outros bandidos - inclusive tenho um O Dia que tem a primeira capa toda falando do casamento de um traficante - glorificando quem é bandido, mostrando a ele que esse é o caminho;

o) falha o Conselho Tutelar ao superproteger mesmo quando fazem merda, nada fazendo e não mostrando que além de direitos também tem obrigações;

p) falham as editoras de revistas que só colocam a preço de quase nada as revistas mais imbecis que existem, com fofocas e coisas do gênero; Enfim, apesar de a Constituição prever que "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade" (Art. 205), a senhora vem me dizer que "quando um aluno é reprovado, é sinal que o professor falhou"? Francamente. É justamente o professor que está lá dentro, cara futura secretária de educação, com o aluno, diariamente, tentando fazer com que ele estude, com que ele dê valor ao estudo, com que ele aprenda! O professor é praticamente o único que quer que ele seja alguém pela educação; o professor que luta contra toda a merda que a sociedade faz com ele desde antes dele nascer, para que ele se salve.

Veja, o que diz a Constituição Federal: CAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Quais destes direitos o Estado - do qual você tem íntima relação, a ver pelos cargos que já ocupou - oferece ao aluno - e com qualidade? Quase nenhum, né? E você vem me dizer que é o professor que falha, como se só o que fazemos em sala de aula é o que conta, é o que faz um aluno ter sucesso ou não??? Francamente.



Assinado: Um professor mestre, doutorando que tem diversos empregos e luta para que seus alunos possam superar toda a merda que a sociedade faz com eles para que possam ser alguém na vida e que, justamente por se sentir incapaz de fazer isso com o que o Estado lhe oferece, não acredita em reprovação.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Eu sou o palhaço!



Linda mensagem escrita pelo professor Nailor Marques Jr.,Prof. de Literatura Brasileira em Maringá, concordo em muito com sua fala!

Diz uma história que numa cidade apareceu um circo, e que entre seus artistas havia um palhaço com o poder de divertir, sem medida, todas as pessoas da platéia e o riso era tão bom, tão profundo e natural que se tornou terapêutico. Todos os que padeciam de tristezas agudas ou crônicas eram indicados pelo médico do lugar para que assistissem ao tal artista que possuía o dom de eliminar angústias.

Um dia porém um morador desconhecido, tomado de profunda depressão, procurou o doutor. O médico então, sem relutar, indicou o circo como o lugar de cura de todos os males daquela natureza. O homem nada disse, levantou-se, caminhou em direção à porta e quando já estava saindo, virou-se, olhou o médico nos olhos e sentenciou: “não posso procurar o circo... aí está o meu problema: eu sou o palhaço”.

Como professor vejo que, às vezes, sou esse palhaço, alguém que trabalhou para construir os outros e não vê resultado muito claro daquilo que faz. Tenho a impressão que ensino no vazio, porque depois de formados meus ex-alunos parecem que se acostumam rapidamente com aquele mundo de iniqüidades que combatíamos juntos.

Parece que quando meus meninos e minhas meninas caem no mercado de trabalho a única coisa que importa é quanto cada um vai lucrar, não importando quem vai pagar essa conta e nem se alguém vai ser lesado nesse processo.

Isso vem me assustando cada vez mais, desde que repreendi, numa conversa com alunos, o comportamento do cantor Zeca Pagodinho, no episódio da guerra das cervejas e quase todos disseram que o cantor estava certo, pois tontos foram os que confiaram nele. “O importante, professor, é que o cara embolsou milhões”, disse-me um; outro: “daqui a pouco ninguém lembra mais, no Brasil é assim, e ele vai continuar sendo o Zeca, só que um pouco mais rico”, todos se entreolharam e riram.

A pergunta é: “É possível, pela lógica, que todo mundo ganhe? Para alguém ganhar é óbvio que alguém tem de perder.” A lógica é guardar o troco a mais recebido no caixa do supermercado; é enrolar a aula fingindo que a matéria está sendo dada; é fingir que a apostila está aberta na matéria dada, mas usá-la como apoio enquanto se joga forca, batalha naval ou jogo da velha; é cortar a fila do cinema ou da entrada do show; é dizer que leu o livro, quando ficou só no resumo; é marcar só o gabarito na prova em branco, copiado do vizinho, alegando que fez as contas de cabeça; é comprar na feira uma dúzia de quinze laranjas; é bater num carro parado e sair rápido antes que alguém perceba; é brigar para baixar o preço mínimo das refeições nos restaurantes universitários, para sobrar mais dinheiro para a cerveja da tarde; é arrancar as páginas ou escrever nos livros das bibliotecas públicas; é arrancar placas de trânsito e colocá-las de enfeite no quarto; é trocar o voto por benefícios; é fraudar propaganda política mostrando realizações que nunca foram feitas.

É a lógica da perpetuação da burrice. Quando um país perde, todo mundo perde. E não adianta pensar que logo bateremos no fundo do poço, porque o poço não tem fundo. Parafraseando Schopenhauer: “Não há nada tão desgraçado na vida da gente que ainda não possa ficar pior”. De nada adianta o conhecimento sem o caráter. Que nas escolas seja tão importante ensinar Literatura, Matemática ou História quanto decência, senso de coletividade, coleguismo e respeito por si e pelos outros.

Então, uma pirueta, duas piruetas, bravo! Bravo! E vamos todos rindo e afinando o coro do “se eu livrar a minha cara o resto que se dane”. Enquanto isso o Brasil de irmã Dulce, de Manuel Bandeira, do Betinho, de Clarice Lispector, de Chiquinha Gonzaga e de muitos outros heróis anônimos que diminuíram a dor desse país com a sua obra, levanta-se, caminha em silêncio até a porta, vira-se e diz: “Esse é o problema... eu sou o palhaço”.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

(ex-presidente da Coca-Cola Co.)

"Imagine a vida como um jogo, no qual você faz malabarismo com cinco bolas que são lançadas no ar... Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito.


O trabalho é a única bola de borracha.

Se cair, bate no chão e pula para cima.

Mas as quatro outras são de vidro.

Se caírem no chão, quebrarão e ficarão permanentemente danificadas.



"Entendam isso e assim conseguirão o equilíbrio na vida".



Como?



Não diminua seu próprio valor comparando-se com outras pessoas.

Somos todos diferentes. Cada um de nós é um ser especial.

Não fixe seus objetivos com base no que os outros acham importante.

Só você tem condições de escolher o que é melhor para si próprio.

Dê valor e respeite as coisas mais queridas de seu coração.

Apegue-se a ela como a própria vida. Sem elas a vida carece de sentido.

Não deixe que a vida escorra entre os dedos por viver no passado ou no futuro.

Se viver um dia de cada vez, viverá todos os dias de suas vidas.

Não desista enquanto ainda é capaz de um esforço a mais.

Nada termina até o momento em que se deixa de tentar.

Não tema admitir que não é perfeito.

Não tema enfrentar riscos. É correndo riscos que aprendemos a ser valentes.

Não exclua o amor de sua vida dizendo que não se pode encontrá-lo. A melhor forma de receber amor é dá-lo. A forma mais rápida de ficar sem amor é apegar-se demasiado a si próprio. A melhor forma de manter o amor é dar-lhe asas. Corra atrás de seu amor, ainda dá tempo!

Não corra tanto pela vida a ponto de esquecer onde esteve e para onde vai.

Não tenha medo de aprender. O conhecimento é leve. É um tesouro que se carrega facilmente.

Não use imprudentemente o tempo ou as palavras. Não se pode recuperar uma palavra dita.

A vida não é uma corrida, mas sim uma viagem que deve ser desfrutada a cada passo.



Lembre-se: Ontem é história.

Amanhã é mistério e

HOJE é uma dádiva. Por isso se chama "presente".



Se você quiser, passe este recado para as pessoas que são importantes para você, porque segundo Brian sugeriu: "apegue-se às coisas que são queridas ao seu coração (entre elas os amigos). Sem elas a vida carece de sentido".