quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Programa Projovem


Estava ministrando curso no programa ProJovem do Governo Federal, que mantém parceria com a Prefeitura de Campo Grande, sendo coordenado pela FUNDAÇÃO DO TRABALHO.

Peguei três turmas para ministrar vinte horas em cada de atendimento ao cliente. No grupo somente mulheres e apenas um homem.

Mas não consegui terminar com sucesso o que inicie com muita paixão.

Quem me conhece sabe da paixão que tenho em ser educador, mas gosto do interesse pelos conteúdos ministrados.

As vezes me sentia frustrado e desanimado com a pouca participação de algumas.

O governo repassa mensalmente a cada aluna uma quantia de R$ 100,00 como balsa auxilio, bem como o lanche. Senti que algumas participavam do projeto somente por esta bolsa.

Penso que o programa esta errado, em vez de dinheiro, penso que o governo deveria oferecer um kit empreendedor, onde o aluno poderia começar a desenvolver sua atividade profissional. Exemplo: quem concluisse o curso de cabeleireiro, receberia tesouras, maquina de cortar cabelo, e outros itens interessante para o exercicio da profissão.

Mas valeu a experiência, agradeço aos técnicos da FUNSAT e principalmente à aquelas alunas que realmente mostraram diferencial.

Sucesso!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

“As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos.”



Quero compartilhar com voces este lindo texto do grande Rubem Alves.
Sucesso!


Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” - e, ao falar, aponta.
O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande.
Ele fica mais rico interiormente.

E, ficando mais rico interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria - que é a razão pela qual vivemos.

Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação –
mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.

A primeira tarefa da educação é ensinar a ver... “É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo...

Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente.
A educação se divide em duas partes: educação das habilidades e educação das sensibilidades...

Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.
Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.
Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.

Quero ensinar as crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar ante do banal. Para as crianças, tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não vêem.

Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore ou para o curioso das simetrias das folhas.

Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam.”
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras
para melhorar os olhos.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos.
Aprendemos palavras para melhorar os olhos. As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. O ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido.Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. Quando a gente
abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo, e o mundo aparece refletido dentro da gente.

São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança jamais será sábio.

Rubem Alves – Nasceu em 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, Minas Gerais.
Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia, psicanalista e professor emérito da Unicamp. Tem três filhos e cinco netas. Poeta, cronista do cotidiano, contador de histórias, um dos mais admirados e respeitados intelectuais do Brasil.

Ama a simplicidade
Ama a ociosidade criativa
Ama a vida, a beleza e a poesia
Ama as coisas que dão alegria
Ama a natureza e a reverência pela vida
Ama os mistérios
Ama a educação como fonte de esperança e transformação
Ama todas as pessoas, mas tem um carinho muito especial pelos alunos e professores
Ama Deus, mas tem sérios problemas com o que as pessoas pensam e/ou dizem a Seu respeito
Ama as crianças e os filósofos – ambos têm algo em comum:
Ama, ama, ama, ama...
fazer perguntas
Ama, ama, ama, ama...
Ama as crianças e os filósofos – ambos têm algo em comum:
fazer perguntas
“As crianças não têm
idéias religiosas, mas têm
experiências místicas.
Experiência mística não é ver seres de um outro mundo.
É ver este mundo iluminado pela beleza.”
Rubem Alves