terça-feira, 25 de maio de 2010

Prêmio Mister Apa homenageia população negra em Campo Grande


Saudade desta grande figura, mister Apa, meu tio. Saudades!

Em reconhecimento às inúmeras ações realizadas em favor da população afro-descendente do município de Campo Grande, a Câmara Municipal congratulou, na noite desta terça-feira (25), durante sessão solene, personalidades e entidades ligadas ao movimento negro da Capital. A atração cultural do evento ficou por conta do grupo Sampri e Ponto de Cultura Mukando Kandongo.

A Sessão de outorga do Prêmio Aparício Luiz Xavier de Oliveira – Mister Apa, que foi presidida pela proponente da solenidade, vereadora Thais Helena (PT), contou com a presença do presidente da Casa de Leis Paulo Siufi (PMDB), Paulo Pedra (PDT), Vanderlei Cabeludo (PMDB), Lidio Lopes (PP), Jamal Salem (PR), Cristóvão Silveira (PSDB), Carlão (PSB), Alcides Bernal (PP), Dr. Loester (PDT), Grazielle Machado (PR), Flavio César (PT do B), Herculano Borges (PSC), Magali Picarelli (PMDB), Marcelo Bluma (PV), Mario César (PPS), prof Rose (PSDB), prof João Rocha (PSDB), Cabo Almi (PT), Airton Saraiva (DEM) e Ribeiro (PMDB) e demais autoridades.

O prêmio Mister Apa está em sua 5ª edição e foi criado com o compromisso de promover a igualdade racial e a valorização do movimento negro no município de Campo Grande, por meio do ativista Aparício Luiz Xavier de Oliveira, conhecido como Mister Apa, um dos pioneiros na luta pela igualdade de condições e conquistas da população negra, em Campo Grande. Em tempo - A Sessão de outorga do Prêmio Aparício Luiz Xavier de Oliveira – Mister Apa faz parte das comemorações do Dia da África, celebrado todo dia 25 de maio, data que marcou o ano de 1963, quando 32 chefes de estado africanos uniram-se contra a colonização e subordinação que o país sofria há séculos por povos que se consideravam superiores, acabando com suas riquezas naturais e humanas.

Representando os homenageados, Maria da Graça B. Xavier falou da satisfação em participar de um evento que prestigia cidadãos que lutam pela igualdade racial na Capital de Mato Grosso do Sul. “A inserção do negro na nossa história foi por meio da exploração e desumanição de uma raça. Precisa-se de tempo para que a sociedade possa se recompor, derrubar velhos paradigmas e construir novos. A mãe África ainda sofre e vai sofrer por muito tempo, por séculos de exploção de sua gente. Ainda há muita luta pela frente. Luta pelo respeito, pela cidadania, até que nós possamos nos sentir membros de uma raça: a raça humano", disse.

O Coordenador do Fórum Permanente do Movimento Negro de Mato Grosso do Sul, Antonio Borges dos Santos lembrou as três comunidades quilombolas existentes em Campo Grande e ressaltou a importância da sociedade civil organizada reconhecer a luta dessas comunidades. “O troféu Mister Apa para nós é importante e para o movimento negro é um desafio. Lutamos pelos direitos das comunidades quilombolas, pela lei de cotas, só assim daremos um pouco de liberdade àqueles que chegaram forçados nesse país”, disse.

A proponente da homenagem Thais Helena colocou a relevância da Câmara Municipal conceder uma homenagem a uma personalidade local, que muito contribuiu para as conquistas da população negra na Capital de Mato Grosso do Sul. “Fico muito feliz em estar em mais uma edição do prêmio Mister Apa. Nós sabemos que do movimento negro temos figura como Nelson Mandela, Luther king, mas era muito importante resgatar uma figura local.Nós a cada dia, como pessoas públicas devemos agir na construção desse mundo, nós podemos sim, construir sim, uma sociedade mais justa, depende de cada um, de todos. Fico feliz em estarmos todos juntos nesse espírito de fraternidade para que juntos possamos dedicar uma homenagem para essas pessoas que lutam pela igualdade racial. A presença do movimento negro na cultura, na dança, enaltece a Câmara de Campo Grande”, pontuou Thais Helena.

Em breve pronunciamento, o presidente da Casa de Leis, vereador Paulo Siufi (PMDB) disse que a Câmara Municipal tem se dedicado com responsabilidade a trabalhar em favor de uma sociedade campo-grandense igualitária, justa, debatendo projetos que visam o bem comum da população e principalmente os menos favorecidsos. “Para nós é motivo de orgulho prestar homenagens a cada um de vocês, temos médica, oficial da Polícia Militar temos pessoas anônimas, sem título nenhum, mas que fazem o bem à nossa população. Não olhamos o título, mas o empenho de cada um para com aquele seguimento que está sendo merecedor na homenagem. Finalizo dizendo as palavras de Martin Luther King que na minha opinião foi o maior ativista política da humanidade: aprendemos a voar como os pássaros, aprendemos a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a conviver fraternalmente como irmãos”concluiu Siufi.

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