sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Medíocre: ser ou não ser?


“Alguém que aceita a mediocridade – na escola, no trabalho, na vida – é uma pessoa que desiste de algo, e quando o líder desiste de algo, a organização toda também o faz.” – Charles Knight

Na era da excelência, parece-nos que nenhum empresário ou executivo aceitaria, sem alguma dificuldade ou constrangimento, ver sua empresa taxada como medíocre.

Algumas das acepções apresentadas no dicionário Houaiss para essa palavra podem ajudar a entender o motivo do constrangimento gerado:

de qualidade média, comum; mediano, meão, modesto, pequeno.

Sem expressão ou originalidade; mediano, pobre, banal, passável.

diz-se de ou pessoa pouco capaz, sem qualquer talento que, de modo geral, fica aquém das outras ou que, num dado campo de atividades, não consegue ultrapassar ou mesmo atingir a média.

aquilo que está abaixo da média, relativamente à qualidade, originalidade etc.; inexpressivo, ordinário.

Vamos olhar para a mediocridade nos negócios e entender o que ela realmente é e como afeta ou pode afetar sua empresa.

Uma empresa em estado de mediocridade é aquela que alcança pouco ou nenhum lucro líquido, que compete apenas por preço, que não encontra um fator que a diferencie de seus concorrentes e que não gera o retorno esperado pelos seus proprietários.

Se isso acontece com você nesse momento, sua pergunta chave provavelmente é: “devo fechar agora, evitando perder tempo e dinheiro, ou devo continuar tentando levantar essa empresa e tocá-la em frente”?

Isso depende da sua resposta a outra pergunta: você está realmente disposto a fazer o que for preciso para levar sua empresa a funcionar da forma como deseja? Ou está travado, com medo de se mover, incerto quanto ao que fazer, indisposto para tentar novas ações, incapaz de confiar nas pessoas ou até mesmo confortável com a mediocridade?

Não pense que deve considerar o conforto com a mediocridade como algo errado. Pode estar certo de que existem muitos empresários e dirigentes que se encontram confortáveis com ela, mesmo que não verbalizem ou que tentem disfarçar isso. Basta olhar a sua volta e observar quantos aceitam atingir menos do que seu potencial e que continuam “esforçando-se” como loucos para manter o status quo, ainda que ele seja aquém do desejado e viável.

O fato é que é possível sobreviver sendo medíocre e eu tenho certeza que você conhece muitas pessoas e empresas que comprovam isso, ignorando seus reais potenciais de sucesso e crescimento.

Porém, se o que deseja para você e sua empresa for algo parecido com “ser o líder em meu mercado”, “vender baseado não apenas em preço”, “ter melhores resultados que meus concorrentes”, “ter uma equipe capaz de tocar e gerenciar a empresa”, “ser simplesmente o acionista, ao invés de ser aquele que está sempre sobrecarregado de trabalho”, “gerar retorno de investimento acima do possível via mercado financeiro”, “ter tempo para estar também com minha família, amigos e me divertir”, uma combinação disso, ou reunião de outras opções similares, então você é – com certeza – parte dos que não aceitam a taxação de medíocre.

E para evitar cair nessa classificação você pode começar o trabalho focando a atenção em seus clientes. Mesmo que eles estejam procurando por produtos descartáveis e baratos, com certeza têm expectativas quanto à conveniência, facilidade de uso/consumo, atendimento e outros fatores. Se estiverem em busca de produtos de alta qualidade e diferenciados, então, muito melhor para quem deseja fugir da mediocridade. Afinal, como afirmou Malcolm McDonald no livro ‘Planos de Marketing’, “Empresas com produtos médios merecem sucesso médio”.

O que diferencia a empresa média da empresa excelente não é apenas a qualidade de seus produtos e serviços, no entanto. Empresas excelentes entendem que a melhor métrica sobre a qual pautar seus resultados é a satisfação do cliente. A cultura da empresa deve ser construída com essa visão e deve ser estabelecida com a contribuição de todos, através de comunicação e da participação de uma equipe esclarecida, motivada, criativa e empreendedora, garantindo que não haja espaço para dúvidas, desconhecimento ou descaso. Citando novamente McDonald, “pessoas desinteressadas e desinteressantes, para as quais a subserviência e a aquiescência são a norma, causam desempenho médio ou abaixo da média”.

Resumindo, para sair da mediocridade – se esse for o seu desejo – você pode e deve começar reavaliando seus clientes e seu nível de satisfação atual. Deve tentar compreender profundamente as causas de insatisfação e, de forma constante e incansável, agir sobre elas transformando-as a contento. Para isso, é possível que tenha que reavaliar/reformular seus produtos, sua equipe e também com grande probabilidade, sua forma geral de comunicação.

Seus conhecimentos, capacidades e habilidades em marketing serão de grande valia para planejar e executar essas mudanças. Sem um Plano de Marketing que lhe forneça a visão e oriente as ações é muito provável que os resultados esperados não sejam alcançados. Se não se sentir capacitado nessa área para agir sozinho, não hesite em buscar alguém que esteja, evitando o risco de submeter a empresa a mudanças incertas ou míopes, que só o levariam a gastar mais dinheiro desnecessariamente.

Pode ter certeza: sair da mediocridade é possível, basta querer e trabalhar para isso. A inteligência de marketing é com certeza o caminho mais curto para o sucesso dessa empreitada. A partir dela e da formulação e execução de um bom plano seus produtos, serviços e habilidades de equipe no contato com os clientes vão evoluir, ampliando a satisfação dos clientes e o retorno que você deseja e merece.

por Isabel Campos

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